Eis que um dia se foi

Eis que um dia se foi

10 novembro 2011

Um dia irei aprender

Quantas vezes eu disser que não vou mais gostar de ninguém, pode ter certeza que vou gostar e a pessoa vai me magoar, é sempre assim. Nesses últimos meses, fiz pessoas se apaixonarem por mim e as "descartei" (como fazem comigo). Só que esqueço que o mundo tende a girar, e então encontro no meio do percurso pessoas que acabam me descartando (e por motivos torpes). O choro, as lágrimas, os soluços, enfim, tudo faz parte. Afinal só posso dizer que vivi intensamente se eu me arremessei em relacionamentos que não deram certo e que fugi de uns que até dariam, mas eu não quis arriscar me machucar. Hoje choro, amanhã já não sei. Apenas sei que ainda terei a esperança de encontrar alguém que me faça sentir o coração acelerar e a respiração ficar ais forte.

13 outubro 2011

A vida me ensinou....

A vida me ensinou muitas coisas neste ano que quase se finda. Ela me ensinou que é muito melhor colocar as mágoas para fora (com a pessoa certa), que ficar com aquela "poeirinha" guardada embaixo do tapete. Ensinou-me também, que não devemos sorrir apenas para aqueles que conhecemos, mas que sorrir para um desconhecido também é fazer uma boa ação, afinal, não se sabe se aquela pessoa só precisava daquele amistoso sorriso (isso serve para as "palavras mágicas" também)... Mostrou-me que meus amigos podem ter idades variadas, mas, que tanto faz a idade tenho para todos eles a mesma importância, assim como, os trato com a mesma importância... Enfim, quero seguir daqui para frente assim, sorrindo a esmo, não acumulando mágoas tolas e fazendo amigos de todas as idades e crenças... Porque, ser humano como um todo é isso, viver cada momento de maneira intensa e sem sequer arrepender-se do passo dado ou ter medo do passo que ainda virá!!!

03 junho 2011

Escutar pela primeira vez um "Eu te amo" de maneira sincera...

         Aprendi durante a minha adolescência, com uma pessoa de quem eu gosto muito, que esta frase composta de três pequenas palavras, banalizou-se. Sim, banalizou-se a partir do momento em que a dita frase é altamente fácil de ser pronunciada, porém é muito difícil realmente sentir-se "amar a alguém". Este ensinamento perdurou durante anos e agora eu entendo que para se dizer "Eu te amo" para uma pessoa é muito fácil, pois o difícil mesmo é sentires e conseguires através destas palavras expressares este sentimento.
             Na tarde de quinta feira (02/06/2011), escutei esta frase, e posso garantir que foi o único momento em que eu senti na mesma, a sinceridade proveniente do fundo do coração da pessoa que me falou e assim eu realmente pude entender a diferença entre apenas falar e falar com o coração. E o mais emocionante, é que a pessoa que me disse "Eu te amo", sente isso a um pouco mais de uma década e eu nunca tinha visto, na verdade não queria ver. Esta tarde, com certeza ficará gravada principalmente pela riqueza dos detalhes e como os sutis detalhes fazem a enorme diferença.

21 abril 2011

Uma música...

Desde muito tempo a música faz parte dos mais variados repertórios vitais. Existe tema para tudo, desde o primeiro beijo até aquela decepção que te faz chorar todas as lágrimas acumuladas em uma vida toda. Enfim a música que estará aqui é da cantora Pitty, que apesar de não ser sua fã, mas gosto muito desta música, pois relata muitas situações de minha vida e particularmente a letra da música "Na sua estante" é verdadeiramente tocante e profunda.

Na Sua Estante
Pitty


Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres e outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam
E essa abstinência uma hora vai passar...

20 abril 2011

Desabafo...

Bem o post de hoje não é nenhum texto literário e nem também é um comentário crítico sobre alguma coisa, é apenas um desabafo sobre a minha vida e a sina que tenho com relação aos assuntos do coração. Sim, este mesmo, este órgão que fisiológicamente bombeia o sangue para o restante do corpo, e faz com que estejamos vivos, mas que, literariamente é a parte que mais sofre nos poemas neo-românticos mas que nem por isso deixa de ser idolatrado.
Pois bem, é sobre o meu coração que escreverei estas poucas linhas. Tudo começou quando descobri que estava apaixonada por um amigo meu. É, um grande amigo meu, que infelizmente disse que não poderia me dar o coração pois já o tinha feito a outra pessoa e que a mim só poderia oferecer o desejo que sentia (não preciso ser mais explícita). Chorei a noite toda, então decidi que não mais imploraria e que terminantemente me afastaria dele pois, naquele momento (até hoje) não conseguiria falar com ele sem deixar de sentir o que sinto por ele.
Os dias se passaram desde então e eu nunca mais tive noticias dele. Hoje, eis que quando entrei no ônibus (sim sou uma reles universitária que usa o coletivo para chegar a universidade) e com quem me deparo... Isso mesmo, com ele. O coração acelerou, a respiração foi controlada forçadamente, mas não pude evitar o brilho nos olhos ao vê-lo e nem ele pode evitar os brilhos nos olhos também. Não consegui ser natural, foi horrível, porém descobri que podemos conviver, contudo, dói descobrir quando amamos tardiamente.
Enfim, precisava desabafar, para reorganizar as ideias e também para mostrar que sou tão humana quanto vocês que lêem e acompanham o blog. Desculpem-me por alugar vocês leitores assim de maneira absurdamente involuntária, mas eu realmente precisava.

17 abril 2011

A arte

Tenho na arte minha vertente viva de verdade absoluta. É no palco que vivo aquilo que de minha realidade é tão distante de acontecer. Amores, vidas diversas, viver em tempos outros, onde a imaginação é senhora de tudo.
Ah! A arte me torna viva e assim sigo acreditando que posso ser de fato aquele ponto que faz a diferença no mundo. E quem sabe de fato um dia não farei essa diferença?!
Um dia, marcarei com a minha história a estória de algum personagem encarnado e vivido em mim e por mim.

14 abril 2011

Será que vou entender?....

Houve uma época em que as mulheres deveriam ser recatadas e entenderem não só da casa como também das artes. Naquele tempo, todas as mulheres no mínimo falavam francês, faziam, ballet, tocavam piano, além de serem também assíduas leitoras dos ditos folhetins.
Bem, é claro, que além de serem culturalmente bem prendadas, as mulheres ainda tinham que saber como cuidar da casa, do marido, cozinhar, lavar e passar. E mesmo assim, ao final de tudo isso, muitas eram traídas e até por vezes trocadas pelas cortesãs, estas, quase nada sabiam e o que mais entendiam era sobre o que se faziam em "quatro paredes"...
Ao usar um palavreado distinto, e relatar um fato que ultrapassa o tempo, passo a contar-lhes um de meus desafetos com o mundo... É neste ponto que pergunto aos "meus botões", será que um dia vou compreender o motivo pelo qual, as "belas donzelas" (prendadas e apreciadoras das belas artes) são trocadas pelas chamadas "cortesãs" (mulheres da vida) como se nada tivessem a oferecer...

30 janeiro 2011

Os meus versos

Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!


Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!…


Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente…


Rasgas os meus versos… Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!…
                                                                   (Florbela Espanca)

28 janeiro 2011

Soneto de Separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



                                         (Vinícius de Moraes)

23 janeiro 2011

O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)


Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos...
eles respiravam de antemão o ar 
que estava à frente,
e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo,
falavam e riam para dar matéria peso 
à levíssima embriaguez que era
a alegria da sede deles.
(Clarice Lispector).

Aprendizado

Do mesmo modo 
que da alegria 
foste ao fundo
e te perdeste 
nessa perda 
deixa que a dor  se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
                      (Ferreira Gullar).

22 janeiro 2011

O Haver

Resta, acima de tudo essa capacidade de ternura.
Essa intimidade perfeita com o silêncio 
Resta essa voz intima pedindo perdão por tudo 
-Perdoai-os! porque eles não tem culpa de ter nascido...


Resta essa imobilidade, essa economia de gestos 
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de 
quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa a poesia não vivida.


Resta esse diálogo cotidiano com a morte,
essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta 
como uma velha amante
Mas recuará em véus ao me ver junto à bem-amada...


Resta esse constante esforço
para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda.
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha.
Essa terrível coragem 
diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.
                                                   (Vinícius de Moraes)


Intimidade 

Sonhamos juntos 
Juntos despertamos
o tempo faz ou desfaz
enquanto isso
quero que me relates 
a pena que te calas

de minha parte te ofereço
minha ultima confiança
estás sós
estou só
pode a solidão
ser uma chama.
                             (Mário Benedetti)